No entanto, um dos padrões mais comuns que encontro, é aqueles que negam lógica interna. Quando o assunto é política, vejo muita paixão, e pouco argumento. Certa vez, na vinda do trabalho, resolvi acompanhar uma das manifestações de 2013. Queria experimentar de perto, saber o que realmente acontece, o que sentem. Então os jovens pegaram uma catraca de ônibus, atearam fogo e gritavam frases de revolta. E eles sentiam, se emocionavam ...e se moviam, com paixão. Naquele momento, percebi o quanto jogo político pode ser instável. A razão não tem muito espaço dentro do movimento político, seja qual for. Não estou dizendo que eles estavam errados! Estou dizendo que para militantes, a razão pouco importa.
Talvez por isso, em um confronto de ideias, neguem lógica interna.
Acontece mais ou menos assim: Os dois lados tem seus pontos. Quando um faz uma analogia, a analogia é distorcida a bel prazer. Não se engane, não foi uma interpretação diferente. Seu interlocutor entendeu exatamente o que você quis dizer. O que ele não quer, é dar o próximo passo. No momento que ele diz entender sua lógica interna, ao comparar a analogia com o mundo real, sua ideia é corroborada. A primeira vez que me interessei por entender a política, foi no PEC da cachaça do CQC, aonde parlamentares foram facilmente enganados, e isso me assustou. Hoje percebo que a coisa é bem mais grave. Infelizmente existe uma diferença entre se politizar (entender a atividade política) e politizar (praticar a atividade política). É possível que a natureza da atividade politica contribua para que ela por si só, ou pelo menos a massa, encontre sempre o caminho da emoção, raramente o da razão. Então...um dilema: Se for verdade o dito acima, como sei que minha carga emocional não está traindo minha razão? Você em um impulso de ingenuidade pode atirar respostas como "História, sociologia, economia, ciência política". Mas o que estou colocando em dúvida é muito pior! Estou colocando todo mundo no mesmo saco. E mesmo áreas de estudo que supostamente podem fornecer respostas, tem problemas como contexto histórico, comportamento individual, vício de dados...que cada um por si só daria um gigantesco debate.
Eu atingi um próximo passo na tarefa de comunicação! Descobri que há grupos que dificilmente vão ceder informação do que pensam racionalmente, ou até mesmo o que querem emocionalmente. Até porque muito do que elite quer não é socialmente bem visto!
Então minha nova missão é: Como encontrar pessoas de boa vontade, dispostas realmente somar e multiplicar pensar e saber?